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terça-feira, 2 de abril de 2013

ENTREVISTA: Diego e Marlon | Homicide


Conversamos um pouco com o Diego (guitarrista e vocalista), com o Sommer (baixista e vocalista) e com o Marlon (baterista) da banda de grindcore de Santa Catarina, Homicide. Para quem não leu, já resenhamos a banda aqui! Nessa entrevista eles falaram um pouco sobre as dificuldades em se ter uma banda independente, sobre o cenário do grindcore no país, sobre o lançamento do seu clipe e ainda sobre marketing digital no cenário musical! Confira abaixo!


SCUM - Conte um pouco o início do Homicide. Como decidiram montar a banda, quais foram as principais dificuldades?
Diego: A Homicide começou com a ideia de se tocar Thrashcore. Tudo começou com o Marlon na guitarra, Willian no vocal e Fernando na bateria. O tempo foi passando e a ideia de tocar algo mais agressivo foi se moldando, e ai numa nova formação, a Homicide passou a ser Grindcore. Como todos sabem, ter banda não é fácil, principalmente quando uma banda procura fazer tudo com dedicação. A grande dificuldade esta em investir na banda, seja com equipamento ou material como CDs e camisetas, pois ninguém ganha nada para tocar, e quando toca, muitas vezes tem que “pagar para tocar”.

Marlon: Quando surgiram os primeiros ensaios da Homicide a idéia era outra. Tocávamos Thrashcore fazendo musicas próprias e alguns covers. A banda começou com Marlon (na guitarra), William no vocal e Fernando (vesgo) na bateria. O tempo foi passando, integrantes mudando e a vontade de ser tornar mais agressivo foi nos consumindo até chegarmos ao ponto de se tornar Grindcore, ae então tinhamos uma formação definida pro estilo (Marlon-Bateria, Diego-Guitarra/vocal e William-Baixo/vocal). Nessa época éramos todos na faixa etária de 16 a 18 anos, como éramos muito novos e ainda não trabalhávamos e era bem difícil investir na banda. Atualmente estamos numa fase bem melhor, onde podemos realizar muitos daqueles sonhos iniciais da banda.

SCUM- A temática do álbum "O que o cerca está morto" faz uma crítica pesada à religião. Fale um pouco do processo de composição das letras.
Diego: Buscamos criticar sem meias palavras toda forma fútil de manipulação, doutrina. Tudo aquilo que faz das pessoas submissos cordeirinhos da sociedade. 

Sommer: nós 3 escrevemos as letras e opinamos e construímos a letra definitiva juntos. Juntamos idéias, frases e tentamos deixar da forma mais direta e agressiva possível. Não tem segredo, só escrevemos o que sentimos.

SCUM - Vocês são considerados um dos grandes nomes do grindcore nacional, no entanto, apesar
de o estilo estar crescendo muito nos últimos anos, nem sempre os shows são cheios. Como vocês avaliam o 'cenário' (bandas, público, selos e produtores) no Brasil?
Sommer: valeu pelo “um dos grandes nomes do Grindcore nacional”. O Brasil tem bandas, público e pessoas muito engajadas e ativas na cena até mesmo mundial. Pessoas que confeccionam zines, fazem o corre de gigs e tudo mais, porém o público, pra ser sincero contigo, pelo menos nas nossas experiências foi muito pequeno. Já consideramos isso até normal, é uma pena, pois não deveria ser assim. O Grindcore sempre foi restrito mas não precisava ser tanto assim, hahaha...tem shows que as vezes dá umas 10/15 pessoas mano. Que produtor que vai ter ânimo de continuar fazendo gigs com esse número? Claro que há exceções. Rolam boas gigs, festivais tradicionais e tal, mas gigs “normais” de final de semana são realmente fracas! Quanto aos selos, esse sim é um ponto positivo pra gente, pois tem rolado muito lançamento cooperativado, novos selos na ativa, bandas brasileiras lançando vinil, e esperamos que nessa questão continue assim pra melhor.

Diego: Realmente o cenário nacional está com o freio de mão puxado, poucas pessoas nos shows, bandas sem condições de gravar um material de qualidade e os selos cada vez menores. A questão do publico é algo que não da para discutir muito, pois em algumas cidades, todos os amigos que curtem som em comum se reúnem em shows de qualquer gênero formando a cena local, já em outras cidades as pessoas põem um rotulo na testa e se dividem em tribos, onde ninguém se mistura a ninguém e assim seja. 

SCUM - Há pouco tempo vocês lançaram o clipe da música "É tudo sobre Informação", assim como muitas bandas também lançaram lançaram no último ano. O que vocês tem a dizer sobre o marketing digital utilizado fortemente pelas bandas atuais. Consideram um fator positivo ou negativo?
Sommer: O marketing digital é muito positivo, porém a música ser tratada de forma digital é que complica, mas esse é outro assunto, hahaha. Quanto ao vídeo, fizemos tudo de uma forma bem simples, sem recursos, e caprichamos na edição com a ajuda de um amigo. Esse clip ajudou de verdade a divulgar nosso full lenght, as pessoas assistiam e já compartilhavam e se tornou um vírus se espalhando muito rápido pela internet.

Diego: Tem pontos positivos e pontos negativos, um ponto positivo, é que agora está mais fácil divulgar o trabalho da banda, seja com clipes ou com musicas, você pode mostrar tudo isso em tempo real para uma quantidade incalculável de pessoas. O ponto negativo é que com a internet, acabou com todas as chances da nova geração passar a ter discos de bandas no porta CDs, pegar um belo vinil na mão. Pois hoje você pode ter uma discografia completa com apenas alguns cliques, dessa forma, tornando mais difícil a vendas de material, e assim, quebrando as pernas dos selos. 

SCUM - Quais são os planos para esse ano?
Sommer: Estamos com uns sons novos, temos alguns lançamentos agendados e queremos tocar. Os mesmos planos de sempre sem grandes pretensões.

Diego: Ensaiar muito, fazer algumas gigs, fazer sons novos...

SCUM - Esse espaço é de vocês. Falem o que quiserem!
Diego: Queremos agradecer a todas as pessoas que em São Paulo compraram nosso CD e nossas camisetas, que tudo isso que fizemos não foi para ser guardado numa gaveta de um velho armário da casa, tudo que fizemos é para quem curte Grindcore.

Sommer: Agradecer a todas as pessoas do Brasil inteiro que tem entrado em contato dando um imenso apoio ao nosso barulho, seja catando o CD, camiseta, chamando pra gig, fazendo entrevista, ou falando um simples “vocês são do caralho”, que pra gente tem muito valor. Em breve sai material novo! Obrigado pelo espaço!! Cheers!!

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