Ao dar o play, encontramos uma intro, que nos indaga: quem será o próximo? Nisso temos o atropelo que vem com "Tanto faz o apocalipse", que anuncia o niilismo da banda. "Batismo a Gasolina" será considerada blasfêmica, na medida em que o próprio nazareno sofre na pele a carnificina. Na sequência temos as ótimas "Foice" e "Beco" que juntas duram apenas 3 minutos. "Cadáver" merece destaque pelo perfeito encaixe da métrica da letra junto aos beats da canção. "Motivo Fútil", por sua vez, aborda várias formas sem sentido de morte. Quatro Mil Corpos que intitula o trabalho, é com certeza o ponto mais alto do álbum, numa crítica feroz a banalização da vida mediante ao dinheiro, status e poder e frente aos não providos de privilégios (No condomínio fechado /Para o mundo lá fora /Para os de pele escura /Com menos de vinte /E bem menos prata /O destino é um estampido /Que ninguém nota). "Nada Importa", que vem na sequência, é a mais niilista de todas as músicas, como bem diz o título, nada mais importa, morrer, viver, nada faz sentido. Fechando o trabalho temos o último bloco, que conta com "Sem finais felizes", "Pouco antes do fim", que tem um pouco da levada do crust, "Exílio", "Paraíso Perdido" e "A última quimera", todas as três com menos de 2 minutos de duração cada.
Em suma, esse é um álbum para se ouvir e colocar para se ouvir de novo, pois em um atropelo só, da surpresa de cada detalhe, quando você menos espera, ele já acabou. Encontramos a maturidade de uma banda com duas décadas de estrada e a inovação ao clássico gindcore. Letras muito bem estruturada (e que letras!), baseadas em revoltas voltadas a nossa realidade.
Por fim, mas não menos importante, damos destaque a capa animal (literalmente), que foi feita pelo ilustrador Raone Ferreira (nossa safra de ilustradores retardados da cabeça também é muito boa. Continuem ilustrando o caos <3 ).
Mais sobre a banda:
https://www.facebook.com/Rabujos
http://rabujos.bandcamp.com/
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