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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

ENTREVISTA: Expurgo

Da bela safra do grindcore nacional, temos a banda mineira Expurgo. Conversamos um pouco com o vocalista Egon, que falou sobre a história da banda, trabalhos planos e sobre a cena de Belo Horizonte. Confira!

 

SCUM - Recentemente foi lançado um split 4 Way em que vocês participam. Fale um pouco sobre a ideia desse lançamento.
Esse Split tem a participação do Mata Borrão, Subcut, Necrose e a gente do Expurgo. Nós tínhamos uma ideia de lançar um Split com cada uma dessas bandas, porque gostamos muito do som deles e são parceiros já de longa data. Pessoal do Mata Borrão sempre esteve presente com a gente numa porrada de lugar aqui em BH, o Necrose já sou fã desde 1996, quando escutei a banda pela primeira vez e o pessoal do Subcut a gente sempre teve como referência no underground. Trocando uma ideia com todos os envolvidos, todos topamos fazer um 4way e saiu esse material aí, com muita ralação e dedicação, com o apoio incondicional também do Fabrício Terribile do sul, um grande camarada! Também houve a colaboração da parte gráfica e de arte de um grande amigo nosso aqui de BH, o Leo, e também a contribuição do Slanderer Possessed na contracapa. É um Split feito na raça, de forma coletiva e pra quem curte música extrema do underground nacional.


SCUM - Fale um pouco sobre o início da banda e sobre o "My name is Scum".
My name is scum na verdade é o nome de um som nosso, que saiu no cd-demo Grey Waste. Essa música é das antigas, de 1999 eu acho, da antiga banda que eu tinha com o Phil (guitarra) chamada Putrifocinctor, onde a gente já curtia e tocava grind. Daí, essa banda acabou  por volta de 2001  ou 2002, mas o Phil e eu não paramos, e nesse meio tempo a gente conheceu o Anderson (batera) e chamamos o Bruno (baixo) pra continuar fazendo um som. Disso daí surgiu o Expurgo em 2003 e estamos aí até hoje. O Bruno não está mais com a gente, mas estamos na ativa e acredito que em breve a gente já deva ter um novo baixista aí tocando. Recentemente saiu uma compilação em tape com todos os nossos materiais pelo selo Grindfather recs. da Inglaterra, e o nome dessa compilação é My name is scum.

SCUM - Como é o cenário para o grindcore em Belo Horizonte?
Belo Horizonte sempre foi uma cidade propícia para o surgimento de diversas bandas de estilos variados. Tem muita coisa boa atual rolando aqui em termos de som e bandas, o que ajuda bastante, indo do heavy metal ao hc/punk/grind. Em termos de grindcore, muitas pessoas já conhecem o estilo mas acho que tem muita gente que ainda precisa sacar melhor qual é a da parada, conhecer um pouco mais, porque eu ainda acho que rola certa falta de informação. Apesar disso, da época que Phil e eu começamos a tocar grind, nos idos dos anos 90, para hoje em dia, muita coisa mudou, a galera se ligou mais no estilo e passou a curtir mais o som. Isso foi muito bom porque apareceram bandas muito boas aqui na cidade, como é o caso do Mata Borrão e do Martyrizer, que estão fudendo com tudo por aí. Além disso, tinha a banda do saudoso Leo Grinder (R.I.P.), Shatter Dead, que fazia um noisegrind pra poucos que se aventuraram em sangrar os ouvidos, algo que era muito foda. Enfim, a coisa está acontecendo, bandas têm tocado, inclusive de fora, e isso tem sido muito bom. Mas uma coisa tem que ser dita: grindcore não é modinha!!!

SCUM - Quais são os planos para o futuro do Expurgo?
Estamos com as músicas prontas pro lançamento do segundo disco, que também vai sair pela Black Hole Productions, selo do Fernando Camacho, além de mais alguns outros splits. Como é tudo feito na tora, por nós mesmos, demora um pouco, mas aos poucos as coisas vão surgindo aí. Além disso, estamos fechando com um camarada aí pra tocar baixo com a gente, e achamos que vai ser algo na medida certa. Vamos fazer alguns shows também, mas tudo no devido tempo – quem sabe uma tour pelo Nordeste...

SCUM - Indique 3 bandas de grindcore nacional que vocês ouvem.
Três bandas é sacanagem, vou torar logo cinco para que o pessoal se ligue mais no que está rolando:  Facada, Mata Borrão, Homicide, Insepsy e Desgraceria (todas são muito foda!)




SCUM - Quais foram os fatos/momentos mais marcantes no ano de 2014 para a banda?
Com certeza, dividir o palco com o Voivod lá em Joinville no primeiro semestre desse ano foi algo bem foda, além de diversas outras bandas brazucas muito boas que tocaram lá como o Infamous Glory, de death metal. Tocar também na Virada Cultural no “palco” Test lá em SP também foi marcante: som sujo, feio e podre no meio da rua. E ter participado também aqui em BH da edição mais do que pirata do metalpunk overkill, feita às pressas e na base de muita disposição de uma porrada de gente da cena local aqui, numa postura política de protesto contra o boicote da prefeitura ao evento, foi bem massa também. Mais uma vez fica aqui nosso salve a todos os envolvidos! Tocar na segunda edição do Exhale The Sound foi bem massa também, festival de primeira, nível gringo, que tá rolando na cidade. E pra finalizar, sentar com o Anderson e o Phil pra fazer som, e ver que no final das contas temos 45 músicas novas, é algo muito marcante! Viva esses malucos!  

SCUM - Obrigado pela entrevista. Esse espaço é de vocês. Usem como quiser!


Tenho visto aí uma desavença entre pessoas que escutam estilos de sons extremos diferentes, como é o caso de Black Metal e Grindcore. Se tudo já é tão difícil pra quem escuta, toca e participa ativamente à sua maneira no underground, eu sinceramente não consigo entender o porquê dessas rixas. Vejo muitos aí lutando pela união e respeito entre os estilos, mas devido a alguns poucos parece que isso se esvai num piscar de olhos. Vamos parar com isso e fazer aquilo que mais gostamos: bater cabeça e curtir um som rápido e pesado, seja trash, seja death, HC, black ou grind/punk. Prezamos a amizade e o respeito e a música – que se foda ideias que nos manipulam  e nos tornam massa de manobra  como ovelhas idiotas que seguem ditames religiosos – não nos ceguemos! Valeu pelo espaço e grande abraço a todos. Nos vemos no mosh!

Links relaciondos:
https://www.facebook.com/pages/Expurgo/116000228494693?sk=timeline

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